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Mundinho do Designer!

50 anos da Turma da Mônica

50 anos Turma da Mônica
50 anos Turma da Mônica

Quando menino, sempre pedia para minha mãe quando ia para a padaria ou farmácia, que comprasse uma história em quadrinhos. Mesmo ainda não alfabetizado, adorava seguir as histórias pelas imagens. Foi um ótimo incentivo à leitura. Mas ficava muito chateado quando ela vinha com uma revista que não fosse da Turma da Mônica.

50 anos! Ela acompanhou toda a minha infância com aqueles almanaques, almanacões e revistas semanais. Como gostava de ver o Cebolinha apanhando ou o Chico Bento levando “tiro de sar”! Pelo almanaque da turma soube da morte do grande mestre Osamu Tezuka. Mas por ele também, ganhei minha primeira Caloi Cross, influenciado pela propaganda que vinha impressa atrás do gibi. Lembro ainda que fui ao cinema assistir “A princesa e o Robô”, e fazia bonequinhos do filme com os potinhos de Danoninho (que na época não valiam um bifinho, mas com certeza eram mais gostosos). Infelizmente a gente cresce e deixa tudo isso um pouco de lado.

Mas todas essas recordações voltaram quando levei meus sobrinhos para o Parque da Mônica. Passeio esse que repeti por umas 4 vezes (tivemos que acompanhar 5 sobrinhos). E que vontade de ser criança novamente só para poder entrar naqueles brinquedos temáticos.

No ano passado, a turma ganhou um novo segmento e mudou. Hoje ela é jovem!  Bem diferente daquela que conheci na banca em frente da padaria. Mas ela mudou juntamente com seu público-alvo que não é mais o mesmo, conectado com tudo o que é inovação tecnológica e fã de quadrinhos orientais. Mesmo com os mais conservadores sendo contra, a nova série é sucesso absoluto de vendas. Ponto para a Maurício de Sousa Produções!

E a antiga turma? Ainda faz sucesso?

Sempre que um amigo da escola ficava sabendo que eu gostava de desenhar, me vinha com a pergunta: “Por que você não vai trabalhar na Maurício de Sousa?”. Turma da Mônica deve ser sinônimo de desenho ou ilustração. Mas cá entre nós, o estilo de Maurício de Sousa não é muito fácil de se copiar. Aliás, esses dias por coincidência, a minha sobrinha de 4 anos me viu desenhando na frente do micro, trouxe um pedaço de papel e me pediu para fazer um desenho. Perguntei o que ela queria que eu desenhasse e ela me disse sem pestanejar: a Mônica! Fiquei surpreso e desenhei com prazer. Mesmo não sabendo reproduzir os traços do Maurício com fidelidade.

Vida longa à turma da Mônica!

 

[atualização] Essa tirinha foi publicada no blog que reúne uma coleção de webtiras em comemoração aos 50 anos da Turma da Mônica. Visite lá: https://mauriciodesousa.wordpress.com/

Difaculdade – parte 2

Primeira semana de faculdade. Todo mundo sabe que nesse período é que ocorrem os trotes. Antes de tudo, veteranos de Desenho Industrial não aplicam trotes. Sendo assim, sobra muito trabalho para a “galerinha” de publicidade.

E lá se foi minha franja. Sim, só a franja. Desde quando publicitários fazem o serviço completo? Geralmente têm um brainstorm, entregam os rascunhos às 18h da noite para o designer desenvolver e finalizar até o outro dia de manhã. … OK, posso estar exagerando… ou não…

Além de precisar ficar com a cara toda pintada com uma tinta que só sai com thinner, com o cabelo mal-cortado, você é obrigado a ganhar um trocado em um pedágio para os publicitários tomarem algum líquido com teor alcoólico elevado, para assim ter um brainstorm (era o caso daqueles veteranos). Com a minha lábia articulada, consegui ganhar um total de… R$1, 25. Mas isso não foi o que me marcou naquele dia. O semáforo fechou, vou correndo para o carro de uma senhora, que parecia ser gentil e pedi humildemente: – Tia, pode me ajudar com um trocado para o pedágio do trote? – Em que curso você entrou, meu filho? Retrucou a senhora. – Desenho Industrial! Respondi. – Desenho Industrial?????? Desenho Industrial???????? Se fosse engenharia, medicina ou direito  eu lhe dava um trocado. Mas Desenho Industrial, sinto muito! Abriu o semáforo, ela partiu e eu fiquei ali parado por um instante pensando no que aquela senhora totalmente desinformada tinha dito. Comecei bem!

Desenho Industrial é um curso para quem tem nervos de aço, não é para qualquer um. Noites sem dormir à base de café e guaraná, uso do horário de almoço do trabalho, finais de semana… tudo para finalizar aqueles trabalhos diários monstruosos. Materiais caríssimos: milhares de tipos de papéis, canetas nanquim, goivas, régua-T… Vida social? Apenas a turma da faculdade que se reunia para aquela pizza quando um professor faltava. Na realidade, isso tudo é apenas o começo. Depois que você “põe a mão na massa”, tudo dobra de tamanho!

Por isso, meu amigo, se você que quer cursar Desenho Industrial por que é “legal” ou porque a sala de aula só tem mulher (o que é uma mentira, pois na minha turma a maioria era homem), pense duas vezes.

Pedágio
Pedágio

Difaculdade – parte 1

Hoje olho para trás, e me pergunto: o que é que eu fiz?

Como recordar é viver, vou escrever um pouco sobre o que me trouxe até aqui. As batalhas, o drama, os danos…

Primeiro, como é que eu fui parar em um curso de desenho industrial?

Comecei a cursar desenho industrial na sombra da minha irmã que também o cursou 5 anos antes de mim. Eu a via sempre no meio de tintas, material de desenho, computador (o nosso primeiro PC, um 386), prancheta… e achava aquilo uma maravilha. Na época eu fazia colégio técnico com especialização em eletrônica ali no centro (quase 2 horas de ônibus).  E um dia, minha irmã me deu a idéia de fazer um curso de caricatura e cartoon no Senac, que ficava no meio do trajeto para minha casa. Foi um curso rápido mas tinha como professor um carinha chamado Fernando Carvall, grande cartunista que até então eu desconhecia. Ali eu tomei realmente gosto pelo desenho. Era como uma droga, o papel e lápis sempre estavam grudados em minhas mãos, e eu não conseguia largar. Todas as pessoas ao meu redor se transformavam em caricaturas. Mas segurei essa paixão e me mantive na eletrônica até o fim do curso.

No último ano de eletrônica, acordava (mal humorado) às 5h15 para garantir minha carona para o estágio que ficava do outro lado da cidade e que me garantia 1/2 salário mínimo. E todos os dias na hora de usar o vale-coxinha sempre pensava: Poxa, ao invés de ficar o dia todo levando choque, por que não me lambuzar de tinta e ficar no meio de material de desenho o dia todo? … bem, não pensava isso. Eu iria continuar a carreira e prestar vestibular para engenharia elétrica. Era o que os meus pais queriam que eu fizesse. Mais um engenheiro na família.

Como todo bom engenheiro sai da Poli ou da Unicamp, eu teria de ralar em um cursinho pré-vestibular durante mais um ano. Mas antes, vamos ver como é esse tal de vestibular: Você entra às 7 da manhã, senta em uma cadeira entre outras 40 pessoas, todas querendo pegar a sua vaga. E fica ali o dia todo queimando neurônios enfrentando um papel com letras em corpo -1, passando fome e se quiser ir ao banheiro tem que pedir permissão. É, não vou passar de primeira. Mas não custa tentar… custa sim, uns 50 dinheiros.

Aí ela, sim minha irmã novamente, me perguntou por que eu não experimentava fazer o vestibular de desenho industrial. Hum… OK, era só um teste mesmo. Eu não iria entrar logo de cara mesmo! … Entrei! Adeus engenharia!

Ah sim, fiz o vestibular para a Poli. Foi ali que ganhei meu primeiro barbeador junto com uma régua e um DanUp! E só.

Doce Vingança
Doce Vingança

Alguém disse que o designER está bonito?

Design é a palavra da moda. Há design de jóias, de sapatos, de carros, de cabelo… Mas você sabe o que é design?

Segundo o Michaelis:
de.sign
(dizáin) sm (ingl) 1 Concepção de um projeto ou modelo; planejamento. 2 O produto deste planejamento.

É, acho que não ficou claro… Bom, resumindo: é a união do belo e do funcional.

E designER? Sabe o que é? Se você estudou um pouquinho a língua inglesa, e passou pelo “Basic Two“, deve saber que, o que ou quem faz algo, recebe a terminação “ER”: workER, drivER, eatER, drinkER, gamER. Muito simples, não? DesignER é quem faz design! Tadaaaaaaaaaaa!

Dói nos ouvidos (ou nos olhos) ouvir por exemplo:
que o indivíduo gostou do designER do relógio… (Então ele gostou do cara que projetou o desenho do relógio!)
– em anúncios de jornal: “Precisa-se de profissional que tenha cursado designER com conhecimento em Corel”. (Na realidade essa frase possui 2 erros, mas OK…)
– ouvi isso de uma designER (ou melhor, pseudo-designer) em uma entrevista: “Eu criei o designER desse cartaz… (Entende-se que ela é a mãe de um designer.)

Salve os designers do Brasil! … Isso até me deu uma idéia para uma primeira tira: DESIGNER faz DESIGN!

 

 

 

 

Designer faz design
Designer faz design